Pacto de título mantido.

Em novembro, o técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, declarou, com toda segurança, que o Brasil seria o campeão mundial. Depois da classificação dramática para as quartas de final sobre o Chile, sábado, no Mineirão, o treinador reforçou a promessa, apesar de admitir que o peso é muito grande sobre a equipe. “Não é fácil jogar uma Copa do Mundo em casa, com pressão de vitória. Nós assumimos a dificuldade de ter de ser campeões. O povo abraçou essa ideia, que nós passamos. O povo está cobrando e temos de ir até o fundo porque prometemos”, afirmou. “Vamos superando essa dificuldade com trabalho. Esse foi o quarto degrau. Faltam três para a gente atingir o céu.”

O próximo será a Colômbia, pelas quartas de final, sexta-feira, em Fortaleza. O adversário, que venceu seus cinco compromissos no Mundial  (despachou o Uruguai por 2 a 0, no Maracanã), é visto com admiração por Scolari: “A Colômbia tem um futebol mais solto, mais rápido e envolvente”.

Para Felipão, o hexa pode ser útil para todo o país, não apenas para as pessoas que gostam do esporte. “Nosso país acorda para muitas coisas por meio do futebol. Tomara que sejam lições dadas para todos nós. Esses torcedores, da forma como estão se manifestando... Não é feio mostrar isso ao país. Não estão sendo ufanistas. Podemos realmente mudar alguma coisa por meio do esporte”, declarou.

O comportamento do técnico da Seleção Chilena, Jorge Sampaoli, à beira do campo no Mineirão, irritou Scolari, que prometeu retomar seu estilo “um pouco agressivo”, como ele mesmo definiu. “Discutimos depois do jogo que estamos sendo muito educados, cordiais, cavalheiros com as equipes adversárias. Está na hora de mudar o discurso. Não precisamos ser apedrejados por técnicos, jogadores e jornalistas estrangeiros”, declarou.

O treinador se irritou com as insinuações dos chilenos de que a arbitragem está sendo favorável ao Brasil e afirmou que a atmosfera no banco ficou tensa por causa das reclamações, da pressão sobre o quarto árbitro e até da invasão, pelos chilenos, da área técnica brasileira.

GOL DELE
A Fifa confirmou ontem que o gol brasileiro contra o Chile, no Mineirão, foi mesmo do zagueiro David Luiz. O árbitro inglês Howard Webb havia indicado o ex-jogador do Chelsea como autor, mas o lance passou por análise técnica da Fifa. A conclusão foi a mesma: o camisa 4 do Brasil foi o último a tocar na bola, e não o zagueiro chileno Jara. David Luiz era, à exceção do goleiro Júlio César, o único titular que ainda não havia feito gol pela Seleção.

Três perguntas para
José Luiz Runco, médico da Seleção Brasileira

1) Neymar foi alvo de jogadas mais duras diante do Chile e conseguiu suportar os 90 minutos e a prorrogação. Ela terá uma programação específica antes de enfrentar a Colômbia?
Não. Ele será reavaliado na reapresentação dos jogadores na segunda-feira (hoje). Mas nenhum jogador teve problema sério. A maioria dos casos é de pancada, cãibra. Ninguém preocupa. O melhor remédio agora é folga no tempo certo, descanso depois de cada atividade, relaxar, esfriar a cabeça.

2) Os jogadores se queixaram do horário do jogo contra o Chile?
A gente tem de entender que o jogo foi às 13h, horário atípico, portanto suscetível a problemas físicos. O desgaste é maior, mas ninguém reclamou. O resultado faz com que todos cresçam cada vez mais. Mas faz parte do contexto, até porque em outras Copas eles jogavam ao meio-dia. Os atletas se portaram de maneira tranquila e todos conseguiram se superar.

3) Até o próximo jogo, a tendência é de que haja poucas atividades para não aumentar o desgaste do grupo...
Sem dúvida. Ouço comentários de todas as partes a respeito de que os atletas estão treinando pouco. E não é isso. Porque eles estão se preparando o suficiente para que possam correr durante o jogo. Até porque, ele deve se desgastar muito nos 90 minutos. Os treinamentos são dosados. Alguns atletas terão sua intensidade aumentada, e outros farão trabalhos leves. Tudo está funcionando bem, como planejamos (RD).